segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A estrada

Título: A estrada
Autor: Cormac McCarthy
Páginas: 234
Ano: 2007

O autor Cormac McCarthy explicou, em recente entrevista, que este livro é sobre o que a natureza humana possui de melhor. Difícil de concordar, mas não impossível.

"A estrada" é uma visão sombria de um mundo pós-apocalíptico onde um pai luta para manter seu filho vivo. Neste mundo devastado sem animais, comida ou plantas, alguns poucos sobreviventes comem carne humana para sobreviver.

O pai e o filho lutam para não chegarem a esse grau de selvageria, embora sejam constatemente caçados durante a jornada. A intensidade terrivelmente plausível das descrições é responsável por projetar nos leitores seus medos mais profundos.

Então, aos que não encontram mais perspectivas para os personagens, resta apenas acompanhar o relato sobre amadurecimento da profunda relação entre pai e filho. Ao observar deste ângulo, recebemos a mensagem do pai como um conselho: "Você tem que continuar seguindo. Não sabe o que pode haver adiante na estrada".

Talvez seja essa mensagem o motivo de tanto orgulho para o autor. O que restará ao homem quando não houver mais nada no mundo, nenhum sentido em estar vivo? Seguir em frente, sempre em frente. Difícil de extrair isso do livro, mas não impossível.

domingo, 13 de setembro de 2009

Dewey - Um gato entre livros

Título: Dewey - Um gato entre livros
Autor: Vicki Myron
Páginas: 272
Ano: 2008

"Dewey - Um gato entre livros" poderia muito bem chamar-se "Vicki - Uma bibliotecária entre livros". Ou ainda "Spencer - Uma cidade entre outras". Mas, muito provavelmente, não venderiam tanto quanto o primeiro título. E de que vivem os editores, se não de vendas?

Então, até chegar a história real do gato Dewey Readmore Books, você passará primeiro pela breve história do estado de Iowa e da cidade de Spencer, Estados Unidos.

Depois, esbarrará com longos trechos da história da própria família da autora. "Meu bisavô, Norman Jipson, conseguiu acumular terra suficiente para garantir uma fazenda com casa para cada um de seus seis filhos". Até encontrar capítulos inteiros dedicados ao gato.

Dewey foi encontrado com poucas semanas de vida, durante a noite mais fria do ano de 1988, na caixa de devolução de livros da Biblioteca Pública de Spencer. Adotado pelos funcionários do local, e em especial pela diretora Vicki Myron, ele foi aos poucos conquistando o coração de todos. Nos dezenove anos seguintes, comoveu o mundo com seu entusiasmo, calor e, acima de tudo, seu sexto sentido para identificar quem mais precisava dele.

Um história realmente incrível e emocionante encontrada apenas pelos leitores mais pacientes que chegarem até o final. Mas, enfim, vale à pena? Bom, não sei. Você é paciente?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O caso dos dez negrinhos

Título: O caso dos dez negrinhos
Autor: Agatha Christie
Páginas: 201
Ano: 1981

"Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove. Um deles se engasgou e então ficaram nove." Um livro baseado numa cantiga infantil. Uma autora famosa por desfechos extremamente impressionantes e inesperados.

"Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito! Um deles cai no sono, e então ficaram oito." No início, eram dez desconhecidos isolados em uma ilha. Depois, personagens que realmente escondiam algo em comum: a culpa de um crime.

"Oito negrinhos vão a Devon de charrete. Um não quis mais voltar, e então ficaram sete." É com essa idéia original de seguir um poema que a autora do livro, escritora de mais de oitenta romances, prende o leitor do início ao fim.

"Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis que um deles se corta, e então ficaram seis." Epa, o final dessa canção é óbvio: os dez negrinho morrem um a um. Mas isso seria impossível numa ilha deserta! Seria uma grande coincidência... a menos que entre eles existisse um assassino. Eis aqui a melhor parte do livro: será você capaz de descobrir quem é o assassino antes que todos morram?

domingo, 19 de julho de 2009

A menina que roubava livros

Título: A menina que roubava livros
Autor: Markus Zusak
Páginas: 480
Ano: 2007

"Jesus, Maria, José!" Nunca tinha ouvido falar de um livro narrado pela Morte. Também jamais havia sido ameaçada por um narrador. "Você vai morrer." Mas tudo isso aconteceu quando comecei a ler a história de Liesel Meminger.

Liesel, filha de comunistas durante a dominação nazista, encontra a Morte três vezes entre 1939 e 1943. Os primeiros momentos de sua infância são marcados por pobreza, crueldade e tragédia. Um história triste que ela tenta abrandar com livros roubados.

Mas, seria a literatura realmente capaz de anestesiar dores reais? Uma boa história seria um abrigo seguro para uma vida ruim? Pode um livro, realmente, mudar uma vida?

Talvez esse livro tenha boas respostas às perguntas acima. Afinal, o amor à literatura é o fio condutor do romance. Os livros estão em toda a parte do confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto. Jesus, Maria, José! O que esse livro não foi capaz de fazer na minha cabeça de pano?