“Ergueu-se, assustado, como se os bichos tivessem descido do céu azul e andassem ali perto, num vôo baixo, fazendo curvas cada vez menores em torno do seu corpo, de Sinhá Vitória e dos meninos.” Os bichos eram urubus; as vítimas, retirantes do sertão nordestino.
Vidas Secas é um livro seco, áspero e cruel. Decidido a ressaltar um homem impulsionado pela sobrevivência e hostilizado pelo ambiente, pela terra, pela cidade. O narrador se envolve nas ações narradas e, assim como o personagem, não consegue apontar saídas para a condição de opressão.
Graciliano Ramos não age para atender qualquer expectativa do leitor. Seu objetivo é apenas passar uma visão crítica das relações sociais. Ao alcançá-lo, recebe um prêmio internacional como livro representativo da Literatura Brasileira Contemporânea. Vale acrescentar que o autor foi perseguido e preso durante o Estado Novo e ficou sem nada ao sair da prisão. Escreveu, muitas vezes, para ganhar dinheiro.
Mais uma vez mafaldita de pano acerta em cheio! Resenha objetiva e esclarecedora. É a boneca mais culta deste Brasil!
ResponderExcluirObrigada, Anônimo! Belas palavras o/
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